Vila Santo Antonio de Sá e Convento São Boaventura

A arqueóloga Maria Beltrão relata em vídeo o trabalho arqueológico nas Vila Santo Antonio de Sá e Convento São Boaventura.

O patrimônio arquitetônico e arqueológico, expressivo da história da ocupação do território brasileiro e fluminense e da ordem franciscana no período colonial, se expressa de modo extraordinário no Convento de São Boaventura e no sítio onde se encontram os remanescentes da vila de Santo Antonio de Sá.

Entre as terras recebidas pelos jesuítas no Rio de Janeiro, a mais importante parece ter sido a de Macacu, doada por Miguel de Moura, escrivão da Fazenda d’El-Rei, em 1571, correspondendo a doze mil braças de ambas as partes do rio Macacu (Serafim Leite, 1938). Pelos marcos dos jesuítas descritos no documento de redemarcação no século XVIII, estes ficaram com as terras da margem esquerda do Macacu, não incluindo as áreas do Caceribu, já que nos séculos XVI e XVII sesmarias foram concedidas nesta e em Tapacoará (posteriormente S. Antonio de Sá e S. João de Itaboraí).

Convento São Boa Ventura, Itaboraí - Rio de Janeiro, RJ

As terras próximas ao rio Macacu eram consideradas as melhores da baía de Guanabara e atendiam às necessidades de subsistência, pois apresentavam os recursos naturais mais apreciados para a alimentação — moluscos e peixes —, e plantio complementado pela caça.

No século XVIII, várias propriedades rurais desenvolveram-se nas adjacências do Macacu, prosperando, na condição de único núcleo urbano, a vila de Santo Antônio de Sá, onde predominava a arquitetura do convento franciscano de São Boaventura. A vila era a mais próspera na região – em grande parte pantanosa – e correspondia à sede de comarca cuja jurisdição também abrangia a Vila de Magé. Nas primeiras décadas do século XIX, a vila de Santo Antônio de Sá entrou em decadência, provavelmente em razão de uma série de epidemias de malária que assolaram a região entre 1830 e 1839, o que iniciou o despovoamento.

Em 1868, a sede do município de Santo Antônio de Sá foi transferida para “o arraial” da freguesia de Sant’Anna de Macacu (Decreto 1379 de 6/11/1868) e, em 1875, a freguesia de Santo Antônio de Sá foi anexada ao município de Itaboraí (Decreto 2193 de 29/12/1875).

A representatividade histórica e arquitetônica desses bens culturais, localizados no município de Itaboraí, foi consagrada com os tombamentos federal, estadual e municipal, e os estudos ainda em andamento estão ampliando cada vez mais o reconhecimento de importantes fatos do passado do Rio de Janeiro.

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